Segundo matéria publicada pela Agência Brasil nesta terça-feira (24),”as mulheres concentram 60% dos casos de racismo e de injúria racial em redes sociais julgados no Brasil nos últimos 12 anos.”
A pesquisa foi feita pela Faculdade Baiana de Direito, pelo portal jurídico Jus Brasil e pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), que analisaram 107 acórdãos judiciais (decisões colegiadas) de segunda instância entre julho de 2010 e outubro de 2022, em ações penais, cíveis e trabalhistas que envolveram os dois tipos de crime.
“De acordo com a pesquisa, os casos com homens como vítima corresponderam apenas a 18,29%. Em 23,17% das ações, não houve gênero identificado. Isso porque esses casos se referiam a episódios de racismo, em que todo um grupo é ofendido, sem que se possa determinar o gênero. O levantamento analisou ofensas contras pessoas negras em redes sociais”, prossegue a matéria.
O relatório foi divulgado no seminário Desafios do Racismo nas Redes, promovido pelo Ministério da Igualdade Racial e pelo PNUD e pretende contribuir para o debate sobre o combate ao racismo praticado nas redes sociais no Brasil.
O levantamento apontou que “o principal tipo de agressão aos negros na internet ocorre por meio de xingamentos, nomes pejorativos e animalização, tanto contra homens quanto contra mulheres”.
Em relação aos autores dos crimes, 55,56% eram do gênero masculino, 40,74% do gênero feminino e 3,7% de gênero não identificado.